Uma casa cheia de crianças, como é o caso da nossa, é um grande desafio a vários niveis. Nomeadamente a nivel financeiro. Este é muitas vezes o maior entrave para a maioria dos casais que sonham aumentar a sua familia. No nosso caso, temos sempre o factor financeiro em mente porque, feliz ou infelizmente, não somos ricos e a verdade é que os filhos custam bastante dinheiro. No entanto, até agora, isso não nos impediu de os ter. Felizmente!
Não sendo nós ricos, há uma certa ginástica financeira que fazemos quase todos os meses para que tudo bata sempre certo. Mas temos a sorte de vivermos num sitio onde existem grandes ajudas no que toca à educação. Os meus filhos andam todos em escolas públicas, o que já de si é uma grande ajuda na redução das despesas e, para além disso, têm as refeições e transporte escolar gratuitos, actividades extra curriculares gratuitas ou mais baratas.
É no supermercado que gastamos mais dinheiro mas até aqui temos a sorte de poupar uns trocos ao usarmos os recursos do nosso quintal - legumes, fruta, ovos e carne. Fora isso, tentamos aproveitar as promoções e escolher do mais barato.
Nas roupas também tentamos poupar e somos grandes adeptos dos saldos, das promoções e do guardar as roupas de uns filhos para os outros. Enquanto as roupas estão em condições, vão passando de uns para outros.
Não nos privamos por completo de pequenos prazeres como ir ao cinema, jantar fora ou até mesmo ir ao cabeleireiro pois também fazem falta de vez em quando mas somos bastante moderados nestas questões e, até mais ver, somos felizes com estas escolhas.
Financeiramente, uma casa cheia de criança faz-se com alguma ginástica e prioridades bem definidas.
Na questão da atenção dispendida a cada um deles, no nosso caso, tentamos dar o máximo de atenção possivel a cada um deles. Se me perguntarem se damos a mesma atenção a cada um como se fossem filhos únicos ou se só fossem dois, a resposta é negativa. Não damos a mesma atenção mas não damos menos atenção do que cada um precisa para crescer feliz e saudável. Temos a nosso favor o eles irem dando atenção uns aos outros - sabendo nós que esta atenção não substitui a atenção dos pais - e serem bastante compreensivos com as alturas em que não podemos, por alguma razão, dispender tanta atenção quanto eles gostariam naquele momento. Tentamos organizar os nossos dias de forma a que tenhamos sempre tempo de conversar uns com os outros e para fazermos as coisas com o máximo de calma possível, aproveitamos cada momento que se proporcione para estar com eles, individualmente ou com todos ao mesmo tempo.
Tenho noção de que sou muito abençoada por ter a possibilidade de ter a casa cheia de crianças. E isto deve-se em grande parte ao facto de ter um marido que é muito presente na educação e no cuidar dos filhos - dividindo as tarefas da casa e do cuidar dos miúdos entre os dois, torna tudo muito mais simples e menos desgastante, dando-nos mais tempo de qualidade com os miúdos e para nós dois. Para além dele, a ajuda dos meus pais é extremamente importante - entre muitas outras coisas, passo muito menos tempo na cozinha pois a minha rica mãe muitas vezes cozinha cá para casa e poupo algum tempo em deslocações para ir buscar/levar os miúdos com a ajuda do nosso motorista preferido, o meu pai. Claro que não me posso esquecer da ajuda dos meus sogros que, embora longe, estão sempre a postos para qualquer eventualidade.
Quando me perguntam como é que consigo, a resposta é invariavelmente a mesma: com muito amor.