O Gabriel e o Eduardo têm um atrasado no desenvolvimento da linguagem. Começámos a notar isto um pouco por comparação com os irmãos que com 2 anos já tinham meios de comunicação mais desenvolvidos e eles não são capazes de construir frases simples, frases com mais de duas palavras são para esquecer e mesmo com duas, é a muito custo e muitas das vezes não conseguimos perceber as palavras que eles estão a dizer. Têm uma linguagem própria entre os dois, conseguem entender o que cada um diz mas mais ninguém consegue percebe-los (bom, nós vamos apanhando algumas coisas e tentando perceber). Claro que tanto o pai como eu sabemos que cada um se desenvolve ao seu ritmo e que temos de lhes dar o espaço para eles crescerem no seu ritmo. Ficámos com a pulga atrás da orelha mas deixámos andar e ver como é que eles iam progredir. Eles não progrediram e começou-se a notar que isto interferia com a vida deles: começaram a retrair-se, deixaram de tentar dizer as coisas, recusavam-se mesmo a tentar dizer o que fosse e não queriam brincar com outras crianças. Ora, quando percebemos que isto os estava a afectar decidimos falar com a nossa pediatra acerca do assunto e ela recomendou-nos a ir a uma avaliação com um terapeuta da fala porque seria a pessoa mais indicada para nos elucidar do que se estava a passar e o que podiamos fazer para ultrapassar isto. Fomos com os dois à avaliação na terapeuta da fala e decidiu-se que o melhor mesmo era começar desde já com a terapia da fala. Eles ainda não estão a ir às sessões há muito tempo por isso ainda não lhes notamos grandes melhorias mas já dá para ver que eles se estão a esforçar por aprender.
Também nós pais já aprendemos algumas coisas: quando eles não conseguiam dizer determinadas palavras, fazíamos por compreendê-lo, desse por onde desse. Agora aprendemos que não os estamos a ajudar quando o fazemos; quando alguém lhes fazia alguma pergunta, se eles não respondessem, apressávamo-nos a responder por eles e isso também não os ajuda em nada; aprendemos que devemos tentar sempre falar devagar e de frente para eles; por vezes fazer de conta que não os percebemos de modo a que eles tenham de tentar dizer as coisas de outra maneira; corrigi-los quando dizem algo mal mas sem nunca os obrigar a repetir de seguida. Tem sido e vai ser um processo de aprendizagem para os dois lados e esperamos que eles comecem a ganhar confiança e desenvolvam a linguagem sem problemas de maior.